Ansiedade dolarizada
05.07.2002
Cinco dias após a conquista do Penta, percebo que falta apenas um mês para o embarque. Com a camiseta amarela lavando a nossa alma, acabei me distraindo quanto ao calendário. Plenamente justificável... E então, foi como se alguém me tocasse e dissesse: "ei, a viagem taí, logo atrás da porta." Refeito do susto, concluo que, não surpreendentemente, está tudo em ordem. Só faltam alguns poucos itens para comprar, tudo dentro do programado. O único detalhe, praticamente pronto, a exigir atenção nessa fase final é o site. E o único a dar dor de cabeça é o dólar, há semanas numa disparada alimentada por uma produção vergonhosa de pesquisas eleitorais em massa e por boatos de outras tantas, temperado pelo risco-Lula-lá, risco-Brasil, risco disso, risco daquilo, risco-do-que-poderia-ser, como que com o único objetivo de especulação. A sensação que tenho ao ler as informações que chegam diariamente da Bolsa, das casas de câmbio e do bar da esquina é que o Brasil virou um imenso cassino. Em meio a esse emaranhado de crises internas e de outras turbulências mais no cenário mundial, minha ansiedade vai crescendo à medida que todos os detalhes vão se finalizando. Para mim, essa é a pior fase de uma viagem: quase nada a resolver, a não ser esperar, fazendo com que os meses que se passaram desde o início do planejamento (em Fevereiro) pareçam apenas alguns dias, e os poucos dias até a viagem, uma eternidade. Restam exatos e longos 34 dias. Data da partida: 08 de agosto.