Informações, dicas e etc...
20.09.2002
Leia isto antes de continuar!
Esse site (paulomiranda.com/john-muir-trail) apresenta a experiência pessoal de seu autor ao percorrer, por sua própria conta e risco, a Trilha John Muir, no estado da Califórnia/EUA. Em nenhum momento eu, Paulo Roberto Miranda dos Santos (autor do site paulomiranda.com/john-muir-trail), atesto que percorrer essa trilha é seguro e que qualquer pessoa pode ou é capaz de percorrê-la. Pelo contrário: essa trilha, por atravessar ambientes totalmente selvagens, impõe enormes e sérias situações de riscos à integridade e à vida humanas, como encontro com ursos e outros animais, altitude, hipotermia, tempestades de raios e muitos outros, agravados pelo total isolamento de toda a região.
Toda e qualquer pessoa, ao partir para uma estadia em um ambiente selvagem, seja este qual for, deve ter plena consciência de todos os riscos a que estará exposta assim como às suas possíveis conseqüências, inclusive o de morte, pois nesses lugares, muitas vezes, não existe uma segunda chance. Portanto, evite estar num ambiente selvagem se VOCÊ não se sente capaz e não tem experiência para lidar com tais situações. O site paulomiranda.com/john-muir-trail, em quaisquer de seus relatos, textos e fotos, não apresenta nem sugere informações assim como não defende qualquer método que diga ou explique como lidar com os imprevistos e perigos inerentes aos ambientes selvagens.
Em nenhum momento VOCÊ deve depender dos relatos, textos e fotos do site paulomiranda.com/john-muir-trail tanto para determinar suas atitudes e decisões quanto para garantir a sua segurança e sobrevivência em um ambiente selvagem. Suas atitudes, decisões, segurança e sobrevivência em um ambiente selvagem dependem, única e exclusivamente, do SEU próprio julgamento e capacidade de decisão, fruto do conhecimento e da experiência pessoais adquiridos em lidar com tais situações.
Portanto, ao utilizar o site paulomiranda.com/john-muir-trail, VOCÊ reconhece TODOS os riscos e conseqüências inerentes a caminhadas em ambientes selvagens, inclusive o de acidentes graves e o de morte, e assume, de forma pessoal, intransferível e sem exceções, que VOCÊ, ao ir para tais lugares, é o único responsável tanto pelas suas atitudes, decisões, segurança e sobrevivência quanto com o que lhe pode acontecer.
1) Livro: A primeira coisa a ser adquirida por quem está interessado(a) em percorrer a Trilha John Muir é o guia da trilha: GUIDE TO THE JOHN MUIR TRAIL (Winnett, Thomas e Kathy Morey/Wilderness Press).
Esse é o guia "oficial" da JMT que, além das informações básicas para começar a planejar a caminhada, apresenta a descrição completa da trilha (nos dois sentidos: norte/sul e sul/norte), todos os seus acessos, os lugares onde é possível se reabastecer, 28 mapas cobrindo toda a sua extensão, as distâncias (em milhas) entre vários pontos, acompanhadas de suas respectivas altitudes (em pés), além de seu perfil esquemático, o que nos dá, numa rápida olhada, uma boa idéia do quanto vamos subir e descer. Simplesmente essencial!
2) Unidades de medida: É impressionante como o mundo inteiro teima em ser diferente dos anglo-saxões, pois o povo da língua de Shakespeare usa um sistema de medidas completamente diferente daquele usado, somente, por todas as outras nações do planeta. Para complicar a situação, a noção da dimensão das unidades de medidas, estabelecidas a partir de padrões arbitrários, é adquirida de forma empírica. Até o final da viagem, era impossível eu perceber, por exemplo, a real dimensão de altitude em pés. Eu sabia que 13.000 pés era muito alto, mas eu tinha que converter para metros para "perceber" a altitude. Assim, para não ficarmos completamente perdidos diante de medidas que, à primeira vista (e até à última também) não fazem o menor sentido para nós – como por exemplo diante de uma placa de distância em milhas; ou de uma balança de supermercado em libras; ou simplesmente na hora de pedir para completar a garrafa do fogareiro com tantas onças de benzina – vai aí uma tabela com as principais conversões do/para o sistema métrico. Com isso, a gente consegue manter o mundo sob controle.
para converter | multiplica-se por |
---|---|
polegadas (inch/inches) em centímetros | 2,540 |
centímetros em polegadas | 0,3937 |
pés (foot/feet) em metros | 0,3048 |
metros em pés | 3,281 |
jardas (yard/yards) em metros | 0,9144 |
metros em jardas | 1,094 |
milhas (mile/miles) em quilômetros | 1,609 |
quilômetros em milhas | 0,6214 |
galões (gallon/gallons) em litros | 3,785 |
litros em galões | 0,2642 |
onças (ounce/ounces) em gramas | 28,35 |
gramas em onças | 0,03527 |
libras (pound/pounds) em gramas | 453,6 |
gramas em libras | 0,002205 |
libras (pound/pounds) em quilogramas | 0,4536 |
quilogramas em libras | 2,205 |
3) Itinerário e quilometragem: A seguir, descrevo o itinerário e a quilometragem (e milhagem) da minha caminhada pela Trilha John Muir, baseados no livro apresentado acima. Quanto à distância, só tenho uma coisa a declarar: não gostei de caminhar em milhas, pois as distâncias são maiores. Prefiro os nossos pequenos quilômetros. Em vermelho, é apresentado os trechos usados para sair e retornar à JMT devido ao incêndio em Deer Meadow. O sinal (~) indica uma quilometragem diária aproximada, pelo fato da caminhada desse dia ter sido encerrada em um ponto sem marcação oficial de distância. Nesse caso, esse valor aproximado é compensado no cálculo do dia seguinte.
dia | data | de | para | milhas | km |
---|---|---|---|---|---|
1 | 14/ago | Happy Isles | Little Yosemite Valley | 4,4 | 7,1 |
2 | 15/ago | Little Yosemite Valley | Sunrise High Sierra Camp | 9,3 | 15 |
3 | 16/ago | Sunrise High Sierra Camp | Cathedral Lake (upper) | ~5,8 | ~9,3 |
4 | 17/ago | Cathedral Lake (upper) | Tuolumne Meadows | ~4,1 | ~6,6 |
5 | 18/ago | Tuolumne Meadows | Marie Lakes Trail (junction) | 18,2 | 29,3 |
6 | 19/ago | Marie Lakes Trail (junction) | Gladys Lake | 11,7 | 18,8 |
7 | 20/ago | Gladys Lake | Deer Creek | 12,5 | 20,1 |
8 | 21/ago | Deer Creek | Silver Pass Lake | ~17,4 | ~28 |
9 | 22/ago | Silver Pass Lake | Mono Creek (footbridge) | ~6,5 | ~10,5 |
9 | 22/ago | Mono Creek (footbridge) | Lake Edison (shore) | 2 | 3,2 |
10 | 23/ago | Mono Creek (footbridge) | Bear Ridge (southern side) | ~5 | ~8 |
11 | 24/ago | Bear Ridge (southern side) | Piute Creek | ~17,7 | ~28,5 |
12 | 25/ago | Piute Creek | Evolution Lake (inlets crossing) | 12,2 | 19,6 |
13 | 26/ago | Evolution Lake (inlets crossing) | Bishop Pass Trail (junction) | 11,6 | 18,7 |
14 | 27/ago | Bishop Pass Trail (junction) | Bishop Pass Trail (trailhead) | 6 | 9,6 |
15 | 28/ago | Kearsarge Pass Trail (trailhead) | Kearsarge Pass Trail (junction) | 7 | 11,3 |
15 | 28/ago | Kearsarge Pass Trail (junction) | Vidette Meadow | 1,2 | 1,9 |
16 | 29/ago | Vidette Meadow | Wright Creek | 16 | 25,7 |
17 | 30/ago | Wright Creek | Guitar Lake | 7,6 | 12,3> |
17 | 30/ago | Guitar Lake | Mt. Whitney (summit) | 4,8 | 7,7 |
18 | 31/ago | Mt. Whitney (summit) | Whitney Portal | 10,2 | 16,4 |
total percorrido da JMT (em milhas - Km) | 178,2 | 286,7 |
TOTAL DA JMT (em milhas - Km) | 191,2 | 307,6 |
4) Transporte: Para chegar ao Parque Nacional do Yosemite, eu peguei um ônibus da Greyhound em Los Angeles para a cidade de Merced (em torno de US$ 30,00). Outra alternativa é por trem, com a Amtrak. Em Merced, pega-se os ônibus da YARTS, que fazem a ligação com o Yosemite, e cujo preço da passagem (US$ 10,00 – só de ida) já inclui a taxa de entrada no Parque. Esses ônibus partem da rodoviária e passam na pequena estação ferroviária antes de seguirem para o Parque Nacional. Os respectivos sites dessas empresas apresentam todas os horários disponíveis. É lógico que existem possibilidades de acesso por outras cidades, mas eu não me aprofundei nos detalhes por achar, na minha condição, o acesso via Merced mais fácil. Talvez o acesso para quem vem, por exemplo, de São Francisco, seja diferente. Nesse caso, é só pesquisar o itinerário e o horário, à disposição nos sites das empresas, que melhor se adapte à sua condição específica.
Para acessar Lone Pine, a cidade mais próxima da extremidade sul da JMT, é um pouco mais complicado. A uns 21 km do Whitney Portal, entrada principal da Floresta Nacional Inyo (Inyo National Forest), não acessada por nenhum serviço público de transporte), essa cidade localiza-se num longo vale – Owens Valley – espremido entre a Sierra Nevada a oeste e as White Mountains a leste. Essa e várias outras cidades nesse vale, como Big Pine, Independence e Bishop (Não deixe de ir a uma famosa padaria da cidade. Imperdível! É só perguntar onde fica que todo mundo conhece), são servidas pelos ônibus da Inyo Mono Transit, que rodam, somente, nas segundas, quartas e sextas-feiras, ligando todas elas a Ridgecrest na extremidade sul do vale. Essa última possui conexões, por ônibus, às grandes cidades da Califórnia, como Los Angeles e São Francisco. Não sei informar sobre conexão ferroviária em Ridgecrest. Mas é só acessar o site da Amtrak para obter essa informação.
Portanto, se planejar fazer a JMT no sentido norte-sul, tenha em mente o "pequeno" detalhe do ônibus que roda só em 3 dias da semana pelas cidades localizadas no Owens Valley. Eu e o Matt terminamos a trilha no sábado. E tivemos a sorte de estar com o Eric e o James, que iriam pegar carona com dois amigos que os esperavam no Whitney Portal. Ainda em Lone Pine, no restaurante, soubemos que os ônibus a partir de Ridgecrest, tanto para Los Angeles quanto para São Francisco, já tinham partido. Só nos restava dormir em Mojave, bem mais ao sul de Ridgecrest, para pegarmos os nossos ônibus na manhã seguinte. Nesse momento, começou a maior aventura de toda a viagem, no sentido de perigo: o carro da carona era uma pickup cabine dupla, e nós éramos 6 ao todo. Resultado: eu e o Matt fomos na caçamba, deitados, sem se mexer e com as mochilas nos escondendo, numa viagem de duas horas até a cidade de Mojave. Só que viajar na caçamba naquela estrada era ilegal. Felizmente, já era noite. Logo no início, paramos num posto de gasolina para reabastecer. Deitado, vejo os quatro da cabine do lado de fora, conversando em torno da caçamba, um pouco apreensivos, enquanto enchiam o tanque. Motivo: havia dois carros de polícia no posto. Legal não?! A viagem até o nosso destino foi tranqüila e rápida. Mas em Mojave, quase chegando no hotel onde dormiríamos, soa uma sirene... que passa e se distancia. Nem a visão do urso tão próximo no Lago Catedral me deixou tão apreensivo como naquele momento. De volta às emoções urbanas.
5) Temperatura: O fato da JMT estar acima dos 2.500 metros de altitude e em torno dos 36º/38º de latitude determina uma média de temperatura amena para o verão. De um modo geral, não tive nenhum problema em Agosto. Durante o dia, tirando um eventual frio causado por um eventual vento nas partes mais altas, a temperatura normalmente rondava a casa dos 25º/35º, dependendo da hora. À noite, dificilmente a temperatura ia abaixo de zero. Na realidade, isso aconteceu uma única vez, quando dormimos no fundo de um vale, às margens do Riacho Deer (Deer Creek) e fomos pegos pelo ar frio que desceu das montanhas e ali se estabeleceu, formando uma geladeira. Um outro lugar propício para isso acontecer é o Tully Hole, um pouco antes do Passo Silver. Nós pensamos em dormir ali, mas desistimos ao ver que seríamos pegos pela mesma armadilha climática da noite anterior. Mais tarde, ao conhecermos o Eric e o James no VVR, eles nos disseram sobre a gélida noite que tiveram no Tully Hole, com a água congelada pela manhã.
Assim, com relação à roupa de frio, deve-se lembrar que essa só será usada durante as poucas horas que a gente consegue ficar acordado(a) antes de ir dormir, e ao amanhecer antes de ser aquecido(a) pelo esforço da caminhada. Um eficiente e simples sistema de camadas, específico para as características de cada um(a) diante de temperaturas em torno do 0ºC (32ºF) resolve a questão. Porém, o principal equipamento contra o frio, a ser pensado como prioridade máxima, é o saco de dormir, que deve ser para, no mínimo, -5ºC (20ºF).
Na temperatura, o mundo todo também teima em ser diferente dos anglo-saxões, que usam o Fahrenheit (ºF) em vez do Celcius (ºC). O nosso 0º corresponde ao 32º na escala deles. Mas em Roma, aja como os romanos. Assim, o melhor e mais prático é levar um termômetro com as duas escalas. Numa rápida olhada, faz-se a conversão. Isso evita que ambos os lados fiquem naquela situação altamente constrangedora, sem saber onde colocar as mãos, quando um fala a temperatura num sistema completamente desconhecido para o outro. Dá vontade de sair correndo.
6) Equipamento: Eu comprei a barraca, a bear-can, a comida para a segunda metade da caminhada, os filmes e dois filtros de fotografia pela Internet, e solicitei que fossem enviados (exceto a comida, que foi enviada diretamente para o VVR) para o endereço onde ficaria em Los Angeles. Detalhe importante: caso utilize esse método, procure comprar em lojas que não estejam localizadas no mesmo estado do endereço de entrega (ou que não tenham filial nesse estado) para economizar o imposto estadual. No meu caso, eu comprei a barraca, os filmes e os filtros em Nova York. Quanto à comida, eu optei em adquiri-la em uma loja presente em quase todo o país, devido à maior variedade de sabores, sendo obrigado a pagar o imposto. O mesmo acontecendo com a bear-can, pois a loja utilizada fica na Califórnia. A loja de Nova York vendia uma lata, mais era menor. Detalhe: é possível alugar essas latas em lojas e em alguns Parques. Mas se deixar para alugar na hora em que chegar na entrada do Parque, corre-se o risco de encontrar o estoque zerado, principalmente nos meses de verão. Mas o mais importante a considerar é a diária, em torno de US$ 6,00. Compensa se a estadia for de poucos dias, e não para quem vai ficar mais de 16 dias caminhando. Por outro lado, eu paguei US$ 69,00 (com o imposto incluído) pela minha lata à prova de urso.
Uma coisa importante sobre equipamento: percorrer uma trilha como a JMT significa ficar duas, três semanas andando por terrenos que sobem e descem sem parar. Portanto, deve-se dar a máxima atenção ao peso a ser carregado, eliminando qualquer coisa supérflua, mesmo que, individualmente, não pese nada. Como dizia nossos avós, de grão em grão a galinha enche o papo. Carregar uma mochila pesada durante 3 ou 4 dias é fácil; mas durante 18/22 dias é uma coisa completamente diferente. Não há tempo nem conforto nem comida suficientes para repor o que agente vai perdendo pelo caminho.
7) Preparo físico: Imprescindível! Não pense que será possível obter ou recuperar a forma física ao longo da trilha. Lembre-se: a partir do momento que se começa uma caminhada de 2/3 semanas, a tendência é só perder, nunca ganhar. Comece o treinamento com meses de antecedência, dando prioridade à Especificidade. Sem entrar em detalhes, por não ser especialista (foi o amigo Carlos Sposito que planejou e desenvolveu todo o meu preparo físico), esse conceito diz que o treinamento deve reproduzir ao máximo as condições do ambiente em que será desenvolvida a atividade. No meu caso, a prioridade era condicionar o corpo como um todo às exigências da caminhada de longa duração.
Meu treino consistia em: a) longas caminhadas diárias visando tanto à maximização da minha capacidade aeróbica quanto ao condicionamento do corpo ao ato constante de andar; e b) musculação objetivando obter Força de Resistência, isto é, condicionar os músculos para dar o suporte necessário para uma atividade de longa duração. Todo esse treinamento foi essencial, tendo chegado ao final dos 340 km do sobe-e-desce da JMT com minhas pernas e pulmões inteiros. O único detalhe impossível de resolver, para nós brasileiros, habitantes de um país plano e baixo, é a adaptação à altitude. Para a minha perfeita aclimatação, seriam necessários mais de 15 dias na mesma altitude da JMT, isso é, entre 2.500 e 3.000 metros. Todos os poucos lugares no Brasil que ficam nessas altitudes são de difícil acesso... impossíveis para um treino diário. Para solucionar essa questão, eu escolhi fazer o sentido norte-sul da JMT, começando do ponto mais baixo, em torno dos 1.250 m, e realizar uma aclimatação lenta e gradual, atingindo o ponto mais alto, a 4.417 metros de altitude, 18 dias depois. Funcionou para mim. Mas lembre-se que cada um tem uma reação diferente e específica à altitude. A minha estratégia funcionou para mim, porque eu sei, por experiência própria, como meu corpo funciona em altitude.
8) Alimentação: A única coisa que não funcionou foi a comida desidratada (freeze-dried food) da segunda metade da trilha. Só tenho uma coisa a dizer: fuja disso. Prefira comida natural! Pesquise opções, estude um cardápio leve de carregar e rápido de preparar. Seu corpo e sua mente vão agradecer.
9) Permissão: Deve-se solicitar sua permissão (backcountry permit) o mais rápido possível. Principalmente se o sentido escolhido for sul-norte. Na extremidade sul, quem emite a permissão é o Inyo National Forest. Devido ao grande fluxo de pessoas em direção ao Mt. Whitney pela via normal (através do Whitney Portal), o processo para se conseguir uma permissão começa já em fevereiro, com um número limitado de permissão por dia. A escolha de quem vai ou não ao cume é determinada por uma loteria, independente se a pessoa que solicita a permissão vai fazer a JMT ou não. Entra tudo no mesmo saco. Além de ter que pagar uma taxa de US$ 15,00. Uma solução sem os problemas de limitação de vagas e mais barato (US$ 5,00) é entrar no Inyo National Forest através do Horseshoe Meadow, um pouco mais ao sul da entrada principal, e alcançar a JMT uns poucos quilômetros a oeste do Monte Whitney, num lugar conhecido como Crabtree Meadow. Esse trecho deve durar uns dois dias de caminhada. Com o tempo necessário para subir e descer o Whitney e voltar para Crabtree Meadow, deve-se acrescentar uns 4 dias à travessia da JMT, caso se opte em utilizar esse acesso.
Começar a JMT pela extremidade norte, isto é, pelo Parque Nacional do Yosemite é bem mais fácil. Mas como esse Parque recebe uma quantidade inimaginável de visitantes nos meses de verão, é bom não perder tempo. Eu solicitei a minha permissão no final de fevereiro, e em março já tinha a confirmação em mãos. Ao chegar no Parque, é só se dirigir ao Wilderness Center, ao lado dos correios, tudo localizado no Yosemite Valley (um grande vale cercado pelas enormes torres de granito que testemunharam o surgimento do estilo de escalada conhecido como big-wall), pegar a sua permissão (Wilderness Use Permit) com o selo que o autoriza subir o Mt. Whitney (Mt. Whitney Zone stamp) e partir. Sem qualquer taxa a pagar! Com esse documento em mãos você se torna um JMT thru-hiker, com o direito de acampar em qualquer lugar ao longo da trilha depois do Little Yosemite Valley, a apenas 7 km do início oficial da trilha (Happy Isles). Um conselho: chegue um dia antes e acampe no vale (informe-se sobre reserva e taxa), para poder conhecer a parte baixa do Parque de Yosemite. É simplesmente imperdível! Infelizmente eu cheguei no dia do início da caminhada.